Se você é asmático ou já teve o diagnóstico de “bronquite alérgica” na infância ou mesmo na vida adulta saiba que seu conhecimento sobre a doença tem um impacto importante na sua saúde. A educação do paciente na asma é um dos pilares do tratamento eficaz.
A asma é uma condição respiratória crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracterizada por inflamação e estreitamento das vias aéreas, a asma pode causar dificuldades respiratórias, chiado no peito, tosse e sensação de aperto no peito.
As crises recorrentes de falta de ar podem afetar o estado emocional do paciente, gerando insegurança, medo e ansiedade. E o oposto também pode ocorrer, ou seja o desequilíbrio emocional pode desencadear uma crise de asma. Embora a asma não tenha cura, com o tratamento adequado e a gestão dos sintomas, conseguimos reestabelecer o equilíbrio físico e emocional possibilitando uma vida ativa e saudável.

Neste texto, abordaremos os principais aspectos da asma, incluindo suas causas, sintomas, diagnóstico, opções de tratamento, riscos, complicações e cuidados preventivos.
O que é asma?
Popularmente conhecida como bronquite, bronquite alérgica ou asma brônquica, seu nome correto é asma. Muitos paciente se assustam com o nome por acharem que bronquite seria mais leve enquanto asma mais grave, mas isso é um mito. O termo bronquite se refere à inflamação dos brônquios presente na asma e em outras doenças respiratórias.
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que resulta em episódios recorrentes de falta de ar, tosse e chiado. Durante uma crise asmática, as vias aéreas se tornam inflamadas e estreitas, dificultando a passagem do ar. Essa condição pode ser desencadeada por diversos fatores, como alérgenos, poluição do ar, infecções respiratórias, alteração emocional e exercícios físicos. A gravidade da asma pode variar de leve a grave, e os sintomas podem ser controlados com o tratamento adequado.
Qual médico trata a asma?
O médico especialista em asma é o pneumologista, um especialista em doenças respiratórias. É importante que o paciente busque um médico que tenha experiência no manejo da asma, pois o tratamento deve ser pautado na gravidade da condição e nas necessidades individuais. Hoje com os recursos disponíveis nosso objetivo é que o paciente tenha uma vida normal, com qualidade respiratória para pratica de exercícios, vida saudável sem medo de sofrer com as crises de falta de ar.
Causas de asma
As causas exatas da asma ainda não são completamente compreendidas, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos e ambientais contribua para o desenvolvimento da doença. Fatores de risco incluem:
1. Histórico familiar: Ter um parente próximo com asma ou outras doenças alérgicas aumenta o risco.
2. Exposição a alérgenos: Poeira, ácaros, mofo, pelos de animais e pólens podem desencadear sintomas em pessoas predispostas.
3. Fatores ambientais: Poluição do ar, fumaça de cigarro e produtos químicos podem irritar as vias aéreas.
4. Infecções respiratórias: Infecções virais, especialmente na infância, podem aumentar o risco de desenvolver asma.
5. Exercício físico: Em algumas pessoas, a atividade física intensa pode desencadear sintomas asmáticos.
Sintomas da asma
Os sintomas da asma podem variar de pessoa para pessoa e podem incluir:
– Falta de ar
– Chiado no peito
– Tosse persistente, especialmente à noite ou ao acordar
– Sensação de aperto no peito
– Dificuldade para dormir devido a problemas respiratórios
Os sintomas podem ser intermitentes ou persistentes e podem piorar durante a noite ou em situações de estresse.
Diagnóstico e exames
O diagnóstico da asma é feito com base na história do paciente, exame físico e, em alguns casos, exames complementares. Os principais métodos de diagnóstico incluem:
1. História clínica: O médico fará perguntas sobre os sintomas, histórico familiar e fatores desencadeantes. A história clínica de sintomas recorrentes de falta de ar, chiado no peito e tosse, principalmente desencadeados por fatores de risco conhecidos já é suficiente para o pneumologista fechar o diagnóstico. Sendo os demais exames necessários para classificar o tipo e a gravidade da asma.
2. Exame físico: O médico avaliará a respiração e procurará sinais de dificuldade respiratória. A ausculta pulmonar de sibilos ou chiado é um forte indicador de asma já que reflete o fechamento dos brônquios e o ar passando por um trajeto estreito gera o som característico.
3. Espirometria: Um teste que mede a quantidade de ar que a pessoa consegue expelir dos pulmões e a rapidez com que isso ocorre. É fundamental para avaliar a função pulmonar e a gravidade da doença.
4. Teste de broncoprovocação: Avalia a reatividade das vias aéreas a substâncias que podem desencadear sintomas
Tipos de asma
A asma pode ser classificada em diferentes tipos, dependendo de suas causas, gravidade e fatores associados. Os principais tipos de asma incluem:
- Asma alérgica: É o tipo mais comum e ocorre quando o sistema imunológico reage de forma exagerada a alérgenos, como poeira, ácaros, pólen, pelos de animais ou mofo. Pacientes com asma alérgica frequentemente têm histórico de outras condições alérgicas, como rinite ou eczema.
- Asma não alérgica: Este tipo não está relacionado a alérgenos, mas a outros fatores desencadeantes, como infecções respiratórias, poluição do ar, fumaça de cigarro, cheiros fortes, mudanças climáticas ou estresse. Pessoas com asma não alérgica geralmente não têm histórico de alergias.
- Asma induzida por exercício: Caracterizada por crises que ocorrem durante ou após a prática de atividades físicas. O esforço físico provoca um estreitamento temporário das vias aéreas, levando a sintomas como falta de ar e chiado no peito.
- Asma ocupacional: Está associada à exposição a irritantes ou substâncias no ambiente de trabalho, como produtos químicos, poeira ou fumaça. Trabalhadores em fábricas, laboratórios ou na agricultura podem estar em maior risco.
- Asma induzida por medicamentos: Certos medicamentos, como aspirina, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e betabloqueadores, podem desencadear sintomas de asma em algumas pessoas. Isso é conhecido como asma sensível a medicamentos.
- Asma eosinofílica: Um subtipo mais grave de asma, caracterizado por uma alta concentração de eosinófilos (um tipo de célula branca do sangue) nas vias aéreas. Esse tipo de asma é muitas vezes resistente ao tratamento convencional e pode exigir terapias biológicas específicas.
- Asma mista: com características da asma alérgica e eosinofílica.
- Asma grave: Refere-se à asma que é difícil de controlar, mesmo com tratamento adequado. Pacientes com asma grave apresentam crises frequentes e sintomas persistentes, exigindo o uso contínuo de altas doses de medicação e, muitas vezes, terapias biológicas específicas.
Cada tipo de asma requer um plano de tratamento personalizado, levando em consideração os fatores desencadeantes e a gravidade dos sintomas. Isso permite um controle eficaz da doença e uma melhor qualidade de vida para os pacientes.
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Complicações e riscos
A asma, se não tratada adequadamente, pode levar a várias complicações e riscos, incluindo:
1. Crises asmáticas graves: Em casos extremos, a asma pode causar crises que exigem atendimento médico de emergência. Isso pode resultar em hospitalização e, em situações muito graves, pode ser fatal.
2. Diminuição da qualidade de vida: Os sintomas persistentes podem afetar a capacidade de realizar atividades diárias, como exercícios físicos, trabalho e socialização.
3. Efeitos colaterais de medicamentos: O uso prolongado de medicamentos para asma, especialmente corticosteroides orais ou injetáveis, pode levar a efeitos colaterais, como ganho de peso, osteoporose e aumento da pressão arterial.
4. Problemas respiratórios crônicos: A inflamação contínua das vias aéreas pode levar a alterações permanentes na estrutura dos pulmões, resultando em problemas respiratórios crônicos.
5. Aumento do risco de outras condições: Pessoas com asma têm um risco maior de desenvolver outras condições de saúde, como rinite alérgica, sinusite e até mesmo doenças cardíacas.
Opções de tratamento
O tratamento da asma é individualizado e pode incluir uma combinação de medicamentos e mudanças no estilo de vida. As principais opções de tratamento incluem:
1. Medicamentos de controle: Esses medicamentos são usados diariamente para prevenir sintomas e controlar a inflamação. Os corticosteroides inalatórios associados a broncodilatadores de ação prolongada são a base do tratamento. Embora sejam da classe dos corticoides, na forma inalada são disponíveis em microgramas e diretamente na via aérea inflamada o que reduz os efeitos colaterais e aumentam a eficácia do tratamento. Portanto, tratam-se de medicações seguras que se usadas conforme orientações médicas controlam a doença na maioria dos casos.
2. Medicamentos de alívio: Também conhecidos como broncodilatadores de ação rápida, esses medicamentos são usados para aliviar os sintomas durante uma crise asmática. Eles relaxam os músculos das vias aéreas, facilitando a respiração. Porém seu uso isolado não é o ideal, pois embora tragam alívio imediato não agem na causa dos sintomas, ou seja na inflamação que iniciou o processo. Seu uso isolado é como se em uma infecção o paciente tomasse só o antitérmico para baixar a febre e não tomasse o antibiótico para matar a bactéria, não resolve.
3. Imunobiológicos: Para pessoas com asma grave sem resposta ao tratamento otimizado com as medicações inalatórias de acordo com seu perfil inflamatório os medicamento imunobiológicos são indicados e trazem excelentes respostas terapêuticas.
4. Mudanças no estilo de vida: Evitar gatilhos conhecidos, como fumaça de cigarro, poluição e alérgenos, é fundamental. Além disso, manter um peso saudável, praticar exercícios regularmente e gerenciar o estresse podem ajudar a controlar os sintomas.
5. Educação do paciente: Aprender sobre a asma, seus gatilhos e como usar corretamente os medicamentos é essencial para o manejo eficaz da condição.
Prevenção e cuidados
A prevenção da asma envolve a identificar e a evitar os gatilhos, bem como a adoção de hábitos saudáveis. Algumas dicas incluem:
1. Evitar alérgenos: Identifique e minimize a exposição a alérgenos conhecidos, como poeira, mofo, pelos de animais e pólens. Manter a casa limpa e livre de poeira pode ajudar.
2. Não fumar: O tabagismo e a exposição à fumaça de cigarro são fatores de risco significativos para a asma. Parar de fumar e evitar ambientes com fumaça é crucial.
3. Controlar infecções respiratórias: Manter-se vacinado contra a gripe e outras infecções respiratórias pode ajudar a prevenir crises asmáticas.
4. Praticar exercícios: A atividade física regular é benéfica.
Conclusão
Asma é uma doença que afeta um grande número de pessoas, infelizmente muitas delas não sabem do seu diagnóstico ou não aderem ao tratamento correto. Sem tratamento pode trazer riscos eminentes de vida e sua gravidade pode levar os pacientes a uma vida cheia de limitaçoes. Muitos pacientes se acostumam com os sintomas e acham “normal” sentir um pouco de falta de ar mas isso não pode ser aceito por nós já que temos recursos suficientes para controlar seus sintomas completamente. Embora a asma ainda não tenha cura com o acompanhamento regular com pneumologista e a aderencia ao tratamento podemos reestabelecer sua saúde respiratória, devolvendo o equilibrio fisico e emocional que todos os pacientes merecem.